domingo

122-15
(13.6.1888/16.6.1977/13.3.2009/13.6.2010/)



No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,



Eu era feliz e ninguém estava morto.



Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,



E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.



No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,



Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,



De ser inteligente para entre a família,



E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.



Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.



Quando vim a.olhar para a vida, perdera o sentido da vida.



Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,



O que fui de coração e parentesco.



O que fui de serões de meia-província,



O que fui de amarem-me e eu ser menino,



O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...



A que distância!...



(Nem o acho... )



O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!



O que eu sou hoje é como a humidade no corredor do fim da casa,



Pondo grelado nas paredes...



O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas),



O que eu sou hoje é terem vendido a casa,



É terem morrido todos,



É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...



No tempo em que festejavam o dia dos meus anos ...



Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!



Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,



Por uma viagem metafísica e carnal,



Com uma dualidade de eu para mim...



Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!



Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...



A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,



O aparador com muitas coisas — doces, frutas, o resto na sombra debaixo do alçado,



As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,



No tempo em que festejavam o dia dos meus anos. . .



Pára, meu coração!



Não penses! Deixa o pensar na cabeça!



Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!



Hoje já não faço anos.



Duro.



Somam-se-me dias.



Serei velho quando o for.



Mais nada.



Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira! ...



O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...
 
Τα κατάφερες...είδες; είδες;
Ξέρω δε συμφωνείς τόσο έυκολα. Μας δοκιμάζεις ακόμα.
Αλλά εγώ σου λέω τα κατάφερες...
Εεεεεεεεεεεεε εσείς οι  (εβδομήντα) δυο ακούτε;
Είστε ο,τι έχω αγαπήσει πιό πολύ...
Ο,τι με φόβισε και με πόνεσε.
Είστε εγώ.
Είμαστε εβδομήντατέσσερις...
Χρόνια Πολλά